“Reações adversas a medicamentos”
A sessão foi aberta pelo reitor, que deu as boas-vindas às palestrantes. Tomando a palavra, a Dra Paula Barão começou por definir o que é um medicamento, focando os seus efeitos curativo e preventivo, bem como os ganhos que eles trazem para a saúde. De seguida, lançou a pergunta: Poderemos confiar nos medicamentos? Segundo ela, a resposta exige que se leve em conta o binómio benefícios/riscos. Com efeito, embora um medicamento seja sujeito a um complexo, demorado e exigente processo de testagem clínica, ele não deixa de ser algo com aspetos eventualmente desconhecidos. O mundo real é mais complexo do que o dos ensaios clínicos. Daí os possíveis efeitos adversos, ou seja, as eventuais respostas nocivas e não-intencionais. Lembre-se, a propósito, o caso da Talidomida nos anos 1960.
Assim sendo, há que implantar a farmacovigilância, que deteta, avalia, compreende e prevê esses efeitos. Para tal, os utentes deverão notificar as autoridades (Infarmed, Unidades de Farmacovigilância, Centros de Saúde), fornecendo-lhes os dados observados. Em Portugal, ela existe desde 1992. Em 2016 houve cerca de 5 700 notificações. Os resultados têm sido altamente benéficos. Nos últimos 40 anos foram retirados do mercado 130 medicamentos.
A notificação poderá ser efectuado pelo doente ou pelo profissional de saúde. O doente poderá fazê-lo por meio do telefone, correio tradicional ou correio eletrónico. Existe mesmo no “Portal RAM” uma ficha próprio para tal fim. Pode encontrar-se na Internet, na página do Infarmed.
Em conclusão: tomar medicamentos sim, quando receitados pelo médico, mas de um modo consciente, atento e crítico. De outro modo, os nossos amigos poderão tornar-se nossos inimigos.
A. Pinto da Costa
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