Disciplina Património Histórico-Natural

Um grupo de alunos da disciplina de Património Histórico-Natural - Prof. Manuel Lima, saiu de Amora no dia 6 de março 2020, pelas 6:30 h para visitarem o Museu e o Moinho de Papel, em Leiria e depois o Museu do Vidro na Marinha Grande.

 Moinho de Papel

Este espaço museológico foi reabilitado pelo Arquitecto Siza Vieira, é um ex-libris da história da indústria Leiriense e teve como objetivo preservar a memória de artes e ofícios tradicionais inerentes a este património sociocultural, nomeadamente a moagem do cereal (milho, trigo e centeio), o fabrico do azeite e a produção do papel.

O ano de 1411 consagra o início da história do Moinho do Papel de Leiria, um dos primeiros na Península Ibérica, numa época em que a indústria da moagem era determinante para o desenvolvimento económico.

Nas margens do rio Lis, o moinho destaca-se pelas estruturas dos antigos rodízios que submergem no edifício e pelas grandes azenhas que sublimam a imagem de uma indústria artesanal de outrora.

No interior, vivência-se o processo tradicional de produção de papel, em que os visitantes podem participar, e de moagem de cereais, protagonizada com a mestria da moleira.

Junto ao Moinho de Papel, encontra-se o Museu de Leiria (Igreja e Convento de Santo Agostinho).

 O Museu de Leiria

O Museu de Leiria está situado desde 2006, no que foi o Convento de Santo Agostinho. É composto de dois espaços expositivos: O primeiro, de longa duração, faz uma leitura da história da região através de objetos, mitos e acontecimentos.

Encontra-se aqui também, o esqueleto do “Menino de Lapedo”, que foi encontrado em 1998, no Abrigo do Lagar Velho, no vale do Lapedo, freguesia de Santa Eufémia, a cerca de dez quilómetros de Leiria. O esqueleto tem cerca de 29 mil anos e constituiu um acontecimento marcante no seio da paleoantropologia internacional, por se tratar do primeiro enterramento Paleolítico escavado na Península Ibérica.

O Vale do Lapedo está classificado como Monumento Nacional desde 2012.

Noutro espaço, estão exposições temporárias para aprofundar temáticas e coleções específicas.

Numa das salas está uma exposição sobre a história e achados do Castelo de Leiria – mostrando o estudo e investigação arqueológica no mesmo. Uma das exposições mostra “O Boneco Rebelde”, uma Banda Desenhada criada por um jovem de Leiria, Sérgio Luiz, que foi um sucesso. As aventuras do Boneco Rebelde foram publicadas entre 1939 e 1943 na revista portuguesa O Papagaio. Em 1941, a personagem foi levada ao cinema em um filme de animação, produzido artesanalmente pelo próprio Sérgio Luiz.

A exposição "Plasticidade - Uma história dos plásticos em Portugal", patente no Museu de Leiria, foi distinguida com o Prémio Dibner, atribuído às melhores exposições mundiais. Aborda desde a importância histórica do plástico às repercussões científicas, sociais, artísticas, económicas, tecnológicas e ambientais do seu uso na sociedade contemporânea.

Os conteúdos apresentados na exposição resultam de um vasto processo colaborativo que envolveu a comunidade da região de Leiria, território pioneiro na indústria transformadora de plástico em Portugal. E mostram como o plástico revolucionou a vida quotidiana ao longo do último século: das embalagens às próteses, passando pelos têxteis, materiais de construção, móveis, tintas, automóveis ou computadores, está em todo o lado.

Inaugurada em abril deste ano, "Plasticidade" apresenta no Museu de Leiria fotografias, objetos, máquinas, documentação e registos orais das memórias dos trabalhadores. Muito do espólio foi cedido por particulares, museus, centros de investigação e empresas transformadoras de plástico.

Após o almoço fomos visitar o Museu do Vidro na Marinha Grande.

 Museu do Vidro

A história da Marinha Grande encontra-se intimamente ligada ao desenvolvimento da indústria do vidro, no contexto da qual se destaca Guilherme Stephens. Este, adquiriu, em 1769, a antiga fábrica de John Beare, a funcionar desde 1748, e respetivos terrenos, o que lhe permitiu erguer uma nova, beneficiando, em muito, do apoio do Marquês de Pombal, que chegou a ceder a lenha do pinhal de Leiria, como o comprova a inscrição hoje presente no Museu do Vidro.

A coleção é constituída por vidraças artísticas, vidros antigos que remontam aos tempos da fundação da fábrica, admiráveis coleções de taças, jarras, jarrões e outras peças de cristal lapidado e também peças provenientes de vários centros de fabrico nacionais, produzidas entre o séc. XVII e o séc. XX.
Estão também representados em ambiente cénico, um espaço fabril e uma pequena oficina doméstica, com os objetos reportados ao fabrico do vidro. Nas diversas salas poderá ver ainda quadros, mobiliário, documentos, livros e outros objetos ligados à história do vidro em Portugal.

O Núcleo de Arte Contemporânea (NAC) do Museu do Vidro situa-se no “cubo de vidro” do Edifício da Resinagem. O material que o reveste (vidro) confere-lhe leveza e transparência permitindo a sua integração no conjunto.

O NAC é um espaço dedicado à arte contemporânea, que se constitui como complemento ao Museu do Vidro.

Regressámos ao Seixal culturalmente mais ricos, cheios de motivação para mais visitas de estudo e no ambiente de boa camaradagem e convívio entre todos aqueles que nela participaram. Obrigada Prof. Manuel Lima, pelas interessantes visitas que nos proporcionou.

Ficam aqui algumas fotos da visita que realizamos.

BM/AM

Moinho Papel e Museu de Leiria

Museu do Vidro - Marinha Grande