O número de dias do ano não é o mesmo para os calendários. Ao invés, varia de acordo com o tipo de calendário: o ano tem 365 dias no calendário solar e apenas 354 dias nos calendários lunar e lunissolar.
Todavia o ano (trópico) relacionado com a periodicidade das estações é igual atualmente a 365,2422 dias/ano, ou seja, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.
As diferenças do ano trópico e os calendários, passados alguns anos, causam erros de dias relativamente às estações do ano. Esses erros são corrigidos, de tempos em tempos, com a inclusão de 1 dia extra no ano bissexto a cada 4 anos como no calendário juliano, ou 1 dia extra 11 vezes em cada 30 anos como no calendário islâmico ou ainda 1 mês extra a cada 3 anos como no calendário chinês.

O calendário gregoriano que, adotamos em 1582, propôs-se a corrigir o calendário juliano devido ao desfasamento de 1 dia a cada 128 anos e de 3 anos a cada 400 anos, alterando para o efeito a fórmula do cálculo dos anos bissextos que passou então a ser múltiplo de 4 e de 400, mas não de 100. Aquando da sua implementação, foi determinado que o dia seguinte a 4 de outubro de 1582 fosse excecionalmente 15 de outubro o que fez com que o calendário gregoriano tivesse já naquele ano um avanço de 10 dias em relação ao calendário juliano.
Contudo os calendários juliano e gregoriano não diferem um do outro quer nos meses quer no número de dias de cada mês.
Nestes calendários os primeiros seis meses provêm dos nomes de astros/deuses romanos, Julho e Agosto têm origem nos nomes dos romanos Júlio César e César Augusto, e os restantes meses formaram-se a partir dos números ordinais (sétimo, oitavo, nono e décimo).

Os dias da semana, nas línguas românicas, referem-se também aos astros/deuses romanos. Todavia, no caso português, com exceção do sábado e do domingo, os nomes dos dias da semana, determinados no 1º concílio de Braga (séc. VI d.C.), basearam-se nos números ordinais seguidos da palavra “feriae” (i.e., festa religiosa) que evoluiu para “feira” Apesar do calendário gregoriano ser o mais perfeito dos demais, detetou-se um atraso de cerca de 27 segundos/ano em relação ao tempo astral o que, decorridos cerca de 3300 anos após implementação daquele calendário, implicará um desfasamento de 1 dia a  corrigir.
Entretanto, apesar de outras propostas mais lógicas de calendário, deverá continuar a vigorar o calendário mais universal, o gregoriano, do papa Gregório XIII.                                                                     

Professor Jorge Couto

20/04/2022