No passado dia 1 de fevereiro de 2023, no auditório da Universidade Sénior do Seixal, realizou-se mais uma quarta-feira cultural deste ano letivo “A Vida Entre Marés” no Sapal e Baía do Seixal, pelo Professor Manuel Lima da disciplina de Património Histórico-Natural
A Baía do Seixal está inserida no estuário do rio Tejo, que se estende pela terra dentro através de um conjunto de braços de mar que lhe confere um aspeto singular. Classificada como Reserva Ecológica Nacional, a Baía e respetivas frentes ribeirinhas integram uma área húmida da maior importância a nível nacional e europeu, pela sua elevada biodiversidade e excecional qualidade paisagística.
A Baía apresenta um património biológico importante, nomeadamente no que diz respeito ao ecossistema aquático e às suas margens.
Particularmente no Sapal de Corroios, é de salientar a riqueza ornitológica e a fauna aquática existentes. Este local serve de pouso temporário para muitas aves migratórias, como o flamingo, o alfaiate, o perna-longa, a garça e o pato-bravo, que aqui procuram alimento e abrigo. O Sapal de Corroios funciona também como viveiro natural para diversas espécies de poliquetas, moluscos, crustáceos sendo uma importante área de reprodução de várias espécies de peixes.
Como o estuário é um ecossistema definido por características geomorfológicas e hidrológicas, presente em diferentes latitudes, a flora varia muito de um para o outro. Em todos os casos, plantas de pântano e holófitas são frequentes: algas verdes (alface do mar), algas castanhas, espongiários, líquenes, anelídeos artrópodes etc
Os esteiros são subunidades do estuário, onde a profundidade das águas é menor, ficando, na vazante, grande parte dos mesmos a descoberto. São exceção a estes fundos assoreados, de vasas limo-lodo-argilosas, as calas centrais, que permanentemente mantêm alguma água, permitindo o acesso aos principais portinhos da região, assim como o refúgio a muitas espécies.
Situados nos extremos e nas margens dos esteiros, encontram-se os caniçais e os sapais, que, para além de apresentarem águas pouco profundas, têm ainda outras características, que lhes conferem potencialidades muito propícias para o nascimento, crescimento e brigo da diversidade da fauna fluvial estuarina.
Ficam aqui alguns registos desta apresentação. Obrigado Prof. Manuel Lima.
BM/AM
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