"Amadeo de Sousa Cardoso" Apresentação do prof. Jaime Ribeiro.
Atuação da Turma de Danças Populares da Professora Ondina.
Auditório da Unisseixal completamente cheio para assistirmos a mais uma" Quarta-Feira Cultural" (24 maio 2022), a cargo do prof. Jaime Ribeiro, desta vez, para nos falar dum grande pintor Amadeo de Souza Cardoso que teve uma vida muito curta.
Considerado o pintor mais representativo do modernismo português do princípio do século XX, Amadeo de Souza Cardoso nasceu a 14 de novembro de 1887, em Amarante e faleceu a 25 de outubro de 1918, em Espinho, vítima da febre pneumónica.
Em 1905 matriculou-se em Arquitetura, em Lisboa, mas, ao partir para Paris, no ano seguinte, prevaleceu a vocação da pintura. Realizou a primeira exposição no seu atelier parisiense, juntamente com o pintor italiano Modigliani, de quem se tornara amigo. Também estabeleceu laços de amizade com Robert Delaunay, Juan Gris e Max Jacob, entre outros.
Expõe depois em Berlim, publica o álbum XX Dessins, ilustra o manuscrito de La légende, de Flaubert, e em 1913 é selecionado para participar na exposição que levaria a conhecer o modernismo europeu aos Estados Unidos. Amadeo incorpora na sua pintura elementos das novas tendências da arte - o expressionismo, o cubismo, o futurismo, o abstracionismo -, assim como elementos da arte africana, da tapeçaria oriental, da iluminura, da ilustração. Da abstração do cubismo passa para o expressionismo alemão em Máscara de Olho Verde (1914).
O conflito bélico (Primeira Grande Guerra) criou em Amadeo um grande problema, porque, em 1907, fora apurado para o serviço militar. Impedido de sair do país por razões de uma eventual mobilização geral do serviço militar, como iria acontecer em 1916, refugiou-se em Amarante. A presença de Sónia e Robert Delaunay, em Vila do Conde, a contemporaneidade do movimento do Orpheu e do Futurismo, de artistas como Eduardo Viana, José de Almada-Negreiros e Santa-Rita Pintor, criaram um momento especial na pintura portuguesa desses anos conturbados. Em o Cristo Vermelho, de 1918, e nos últimos quadros, sintetiza as várias estéticas que abordara.
A morte aos 30 anos de idade irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora, mas ainda em fase de afirmação. Amadeo ficaria longamente esquecido dentro e, sobretudo, fora de Portugal. O silêncio que durante longos anos cobriu com um espesso manto a visibilidade interpretativa da sua obra e que foi também o silêncio de Portugal como país, não permitiu a atualização histórica internacional do artista; e só muito recentemente Amadeo de Souza Cardoso começou o seu caminho de reconhecimento historiográfico.
Para terminar em grande esta "Quarta-Feira Cultural", nada melhor que a Turma de Danças Populares da prof. Ondina Monteiro.
Obrigado Prof. Jaime Ribeiro por mais esta bela lição de arte, e para a Prof. Ondina Monteiro os nossos parabéns, pois os seus alunos mostraram que existe ali muito trabalho.
AM/BM
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