PARA RECORDAR... ABERTURA DO ANO ACADÉMICO 2016/2017

Mais um momento de grande prestígio e brilho para a UNISSEIXAL e, consequentemente para a CASA DO EDUCADOR DO SEIXAL.

Podem ler a seguir um artigo escrito por Lourdes Mano, o nosso obrigado.

José Capelo

UNIVERSIDADE SÉNIOR DO SEIXAL
ABERTURA DO ANO ACADÉMICO 2016/2017

Como é de tradição na UnisSeixal, o início de cada Ano Académico é festejado com uma cerimónia formal, de grande brilho e enriquecimento cultural e intelectual onde, as comunicações proferidas no âmbito da «Oração de Sapiência», apresentam temática diversificada mas muito interessante.

No sábado passado, dia 19/Novembro, o lindo auditório do Fórum Cultural do Seixal ficou repleto de convidados representando a Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, Instituições diversas que mantendo protocolos com a Casa do Educador do Seixal, acolhem nas suas instalações diferentes turmas desta Univ. Sénior, membros dos diferentes Órgãos Sociais, quer da Casa do Educador, da Unisseixal e da Cesviver, muitos alunos e professores.
Toda a sessão foi muito bem conduzida, aliás como sempre, pela Vice-Reitora, Profª. Mariana Mareco.

Das várias entidades ouvimos discursos breves, mas assertivos e de grandes elogios pelas “conquistas” que a Casa do Educador, entidade promotora das valências Unisseixal e CesViver, tem conseguido alcançar, assim como os dois projectos que criou, promove e dinamiza junto da população, cujo lema é «Viver com qualidade».
(A Casa do Educador nasceu no ano de 2002 e, a Unisseixal, abriu as suas portas a toda a população, em Janeiro de 2007.
Muitos parabéns aos grandes generosos, determinados e perseverantes obreiros que, em tão pouco tempo, realizaram uma obra fantástica e concretizaram sonhos maravilhosos.)

Este ano lectivo o tema da cerimónia protocolar da Abertura do Ano Académico foi a Música.
E que belíssima homenagem se prestou a esta forma de Arte!

Muitos parabéns à Unisseixal e a todos aqueles que muito trabalharam para que a Música nos fosse apresentada com imensa elegância, estética e nobreza.

Numa primeira intervenção tivemos o grato prazer de ouvir um belíssimo reportório musical interpretado ao piano por uma jovem de futuro muito promissor e já com um currículo excepcional na área da Música, adquirido nacional e internacionalmente.
Refiro-me à Pianista e Professora Inês Andrade.

Excelente escolha a que nos ofereceu, divulgando ou recordando dois compositores portugueses, algo muito esquecidos.
Em primeiro lugar, recordámos António Fragoso e os «Sete Prelúdios para Piano».

Sobre António Fragoso, em síntese direi que a sua vida foi bem curta – António de Lima Fragoso, compositor, musicólogo, e pianista, nasceu em 1897 e faleceu em 1918 – mas deixou mais de cem composições musicais de reconhecido valor já na época e muito apreciadas também nos centros musicais da Europa.
Destacamos entre outras, os «Prelúdios» para piano, «Danças Portuguesas», «Lieder» e «Nocturno».
Este jovem compositor português tem sido alvo de numerosas homenagens, quer em Portugal, quer no estrangeiro.
Há tempos atrás, um célebre crítico de Música deslocou-se a Portugal com o objectivo de se inteirar sobre a vida e a obra de António Fragoso, afirmando que ele era mais conhecido na América do que em Portugal.

O segundo compositor, Júlio Cândido Neuparth - nasceu em Lisboa no ano de 1863 e faleceu em 1919 - possui como ascendentes os Judeus Arquenazes Alemães.
Vários membros da sua família foram excelentes músicos.

É autor de inúmeras composições musicais e, até de muitas Crónicas sobre Música, publicadas durante muito tempo no "Diário de Notícias".
Deste compositor, tivemos o grato prazer de ouvir a Inês Andrade interpretar ao piano, entre outras, as seguintes peças:
Alla Mazurka, Minuetto Capriccioso, Historiette, Minueto.

Em 1895 Júlio Cândido Neuparth foi nomeado Professor Provisório do Conservatório Real, regendo a Cadeira de Harmonia e, em 1898, passou a exercer já com o título definitivo.

Destacou-se como violinista, até que uma doença nervosa o forçou a renunciar ao seu instrumento favorito.
Reuniu em volume as crónicas que publicou no "Diário de Notícias", dando-lhe por título «Os grandes períodos da Música», constituindo um interessante resumo da História Geral da Música.

Segundo se afirma, era um escritor elegante e erudito.
Deixou traduções de várias obras didácticas da especialidade, entre as quais referimos os «Tratados de Harmonia», de Émile Durand e François Basin, assim como, o «Tratado de Orquestração», de François-Auguste Gevaert.

Muitos parabéns à pianista Inês Andrade pela brilhante interpretação de todas as peças musicais.
Foi um momento inesquecível.

Como segunda parte da belíssima homenagem à Música, estabeleceu-se um diálogo profícuo e muito elucidativo entre a Palavra lida/apresentada pela Vice-Reitora, Profª. Mariana Mareco, e a interpretação da Canção Coimbrã, pelo nosso querido amigo Mário Soares da Veiga. muito apreciado, como pessoa e como um intérprete brilhante da Canção dos Estudantes.

Assim, à medida que nos era relatada pela Profª. Mariana Mareco, como que a evolução do estilo musical das canções, sobretudo a partir da década de sessenta com as denominadas «Musiquetas» do Zeca Afonso, passando por outros compositores e intérpretes que marcaram a Canção dos Estudantes, o nosso querido amigo Mário Veiga exemplificava tocando e cantando de forma brilhante, aliás como sempre, as referidas canções (baladas e fados) de Coimbra.

Que maravilhosa e que culta «Oração de Sapiência», mantendo--se todo o auditório do Fórum Municipal do Seixal em completa sintonia, regozijo e entusiasmo com o que se vivia em palco!

Brilhante e memorável tarde esta que a Unisseixal nos propiciou porque, se por um lado a Música dita erudita chegou até ao público de forma magistral, deixando-nos completamente “agarrados”, graças à grande sensibilidade e poder interpretativo da Inês Andrade, igualmente a «Toada Coimbrã» nos invadiu a alma e, como que por magia, nos transportou para outros tempos, outras vivências de alguns anos atrás, graças também à magnífica voz e maravilhosa interpretação de Mário Soares da Veiga.

Muitos parabéns também para o nosso querido amigo Mário Soares de Veiga!
É um enorme privilégio, uma grande honra e uma bênção, ouvi-lo tocar e cantar!

Após esta “breve” mas muito bem conseguida retrospectiva da Canção de Coimbra e dos Estudantes, o Senhor Presidente Da Casa do Educador do Seixal, Prof. Tomás de Aquino Bento usou da palavra para encerrar esta bela tarde.

Evidentemente que há muito tempo que a Unisseixal nos habituou a surpresas sempre maravilhosas.
E, foi assim, que aconteceu mais uma vez.

Fomos presenteados com mais duas belíssimas interpretações do nosso querido amigo Mário Veiga encerrando, agora sim, a Abertura do Ano Académico 2016/2017.

Bem-haja, querido amigo Mário Veiga, p’la sua enorme simpatia, generosidade e ternura.

(Será que nos anos vindouros a Unisseixal prestará uma justa e oportuna homenagem a outras grandes formas de Arte como, por exemplo, a Pintura, ou à Poético-Literária, ou ao Teatro?
Na nossa modesta opinião são também temáticas muito aliciantes e de grande desafio...)

Bem-haja a todos os elementos que constituem os Corpos Sociais da Casa do Educador do Seixal, da Unisseixal e da Cesviver.
Para todos vós, queridos amigos, um caloroso abraço e os votos de continuação de bom trabalho e dias felizes.

 Mª. Lourdes Mano e João Lucas