Para mais uma feliz iniciativa da nossa UNISSEIXAL, meia centena de alunos viveram com inicio a 24 de Abril uma aventura de dois dias, que nos levaram pela beleza da Serra da Estrela e uma breve passagem por locais que tiveram forte influência dos judeus que em tempo por aqui viveram.
Para maior conhecimento das nossas raízes nada melhor que mergulharmos numa “ Noite Medieval”, na qual brincando em boa camaradagem fomos da nobreza, do clero e do povo e na mesma noite demos vivas à Republica e porque já era dia celebrámos em uníssono, com “Grândola Vila Morena”, o 25 de Abril.
Voltemos então ao início da nossa visita pela chegada à cidade de Seia e uma visita cultural pelo CISE-Centro de Interpretação da Serra da Estrela, orientado para o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e de valorização do património ambiental da serra da Estrela.
Iniciámos com uma exposição guiada à Sala do Espaço e Território e relembrámos conhecimentos da origem da Terra, sua localização no espaço celeste e uma mais pormenorizada sobre a zona da Serra da Estrela nos diversos aspetos da geologia, clima e biodiversidade.
Satisfeita que estava a sede de cultura fomos confortar outras necessidades num agradável almoço na nossa base de apoio para estes dias, a “Quinta do Crestelo em Seia”.
Com ótima orientação do Sr. Dr. Alberto Martinho bem conhecedor destas terras e suas vivências fomos, na Rota do Judaico, até à Aldeia da Santa Marinha na qual demos conta de alguns vestígios e nos foi dito que só neste local foram identificados 47 cruciformes, um numero bem superior aos localizados no circuito normal do judaísmo.
Regressados à Quinta do Crestelo foi tempo de prepararmos o regresso ao passado e qual viagem no tempo encarnar a gosto de cada um o papel de Reis, Príncipes, Bispo, Bobo, Cavaleiros, outros mais e também o povo, que a todos obedecia e nada decidia.
Acompanhámos pratos cozinhados à época, com alguma música e poesia, encenámos peça teatral criada pelos cenógrafos de serviço e assim se apadrinharam cavaleiros, se nomearam grandes navegadores, mulheres em penitência com sua ausência, tudo por ordem de sua alteza “ O Rei”, que apesar de muito intenso, o seu reinado foi curto e era tempo de dar “Vivas à República” e porque o dia chegava, era hora e agora de forma mais séria, celebrar o “25 de Abril” cantando em uníssono “Grândola Vila Morena”.
E em liberdade e boa camaradagem foi baile até às tantas.
Pois já estamos no 2º dia e vamos lá até à Torre no alto da Serra da Estrela.
Pelo caminho o nosso atencioso anfitrião Dr. Martinho relembrou o que de melhor e mais tradicional podemos apreciar com especial relevo para o ex-libris da serra o “Queijo Serra da Estrela”, queijo de ovelha curado com características únicas, quer devido à matéria prima utilizada, leite de ovelha raça Bordaleira, alimentada nestas pastagens elas também únicas, mas também pelo coalhado ao natural com flor do cardo.
Também se falou dos grandes recursos hídricos das barragens e dos seus três rios Mondego, Zêzere e Alva, com aproveitamento para fornecimento de água e produção de energia elétrica, complementado com uma pormenorizada visita ao Museu Natural da Eletricidade que nasceu a partir da Central Senhora do Desterro onde foi possível apreciar toda a maquinaria agora parcialmente desativada.
Pela estrada de ligação da Torre também apreciámos toda a beleza envolvente com os brancos e amarelos das giestas em plena floração, nesta habitual época das “Maias” e para aqueles que a beleza não apagava algum receio da ingreme estrada logo apareceram as cantigas para descontrair.
Porque o tempo decorria há que voltar a casa e de forma a manter a lembrança, nada melhor que, apesar de “ levar muito no papo é bom levar também algum no saco” e adquirir os melhores e mais saborosos produtos de serra.
Muito mais haveria para contar mas a amizade, boa disposição, grande disponibilidade e simpatia de quem organiza são por demais conhecidos e dispensa mais palavras que ficamos pelo nosso muito obrigado.
JOSÉ CAPELO
2015-04-24
Para ver uma pormenorizada e bonita reportagem, graças à preciosa colaboração dos amigos Alberto e Barbara Maia,
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