Visita de Estudo da turma de Património Histórico e Natural
A visita de estudo que a turma de Pat. Hist. Natural, do Prof. Manuel Lima, realizou no passado dia 3 de novembro, levou-nos, uma vez mais, para a linha do Estoril / Cascais, mais precisamente a Cascais, S. João do Estoril e Oeiras. Teve como objetivo visitar o Museu do Mar, em Cascais, o Forte de Santo António da Barra, em S. João do Estoril e o Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras.
A cosmopolita Vila de Cascais, outrora um pequeno porto de pesca, está situada entre a baía de Cascais e a Serra de Sintra, a poucos Kms de Lisboa e da foz do Tejo. É uma estância balnear à beira-mar, conhecida pelas suas praias e pela movimentada marina, e um dos principais destinos turísticos de Portugal. No século XIX foi retiro de férias da monarquia portuguesa e, durante a segunda guerra mundial, um ponto de abrigo da realeza europeia.
Iniciámos a nossa visita de estudo com uma pequena caminhada por Cascais, durante a qual passámos junto a alguns dos locais de interesse desta vila, que podemos observar com atenção, dos quais destacamos:
- Farol de Santa Marta, localizado no Forte de Santa Marta (do séc. XVII), na Ponta do Salmôdo. Construído entre 1864 e 1867, tem 20 m de altura. Foi reabilitado com base num protocolo firmado entre a C.M.Cascais e o Estado Maior da Armada. Presentemente alberga um espaço museológico dedicado à história, património e tecnologia dos faróis portugueses. O farol e o forte estão classificados como Imóvel de Interesse Público.
- Casa de Santa Maria, sobranceira à praia de Santa Marta, foi outrora uma luxuosa residência privada mandada construir, em finais de séc. XIX, por Jorge O’Neil como prenda de casamento para sua filha. É tida como uma das mais importantes peças do património artístico de Cascais. Em 1914 a casa foi adquirida por José Luís Lino, irmão do arquiteto Raul Lino que a tinha desenhado, e em 1934 pela família Espírito Santo. Foi adquirida em 2004 pela C.M.Cascais.
- Casa Museu Condes de Guimarães (palácio dos Condes de Castro Guimarães), também referida como Torre de S. Sebastião, foi mandada construir por Jorge O’Neil, um magnata irlandês ligado aos negócios do tabaco e às finanças, em 1890. Adquirida em 1910 pelo Conde Castro Guimarães que, após a sua morte em 1927, doou a propriedade à Vila de Cascais para que nela fosse constituído uma casa museu e jardim público.
- Parque do Gandarinha, mais conhecido como Parque Marechal Carmona, pulmão do Centro da Vila, foi criado na década de 1940 e resultou da junção dos jardins do Palácio Condes Castro Guimarães com a propriedade do Visconde de Gandarinha. O parque tem amplos relvados, canteiros de herbáceas e arbustos, árvores de grande porte, lagos, parque de merendas, um parque infantil, a Biblioteca Infantil e Juvenil …
Todos os Sábados este parque recebe o Mercado Biológico de Cascais.
Chegada a hora, fomos visitar o Museu do Mar Rei D. Carlos.
Inaugurado em 7 de junho de 1992, está sedeado no edifício do antigo clube Sporting Club de Cascais, fundado em 1879 pelo então príncipe D. Carlos. Tem vários espaços expositivos (salas) que abordam diversos temas: a Rota dos Naufrágios (dedicado à arqueologia subaquática), as Gentes do Mar. Pescarias (dedicado à história e vivência da comunidade piscatória), à Navegação e Marinharia (aspetos de origem histórica e técnica), D. Carlos e a Ciência Oceanográfica (depósito de longa duração de espécimes pertencentes à antiga coleção oceanográfica do Rei) e O Mar e a Origem da Vida (fósseis marinhos).
Muito interessante este museu, que merece ser visitado com tempo.
Depois do almoço livre, que se seguiu à visita ao museu do mar, seguimos para o Forte de Santo António da Barra.
Também conhecido como Forte de Santo António do Estoril ou Forte Salazar, está localizado em S. João do Estoril. Foi edificado em 1590, no reinado de Filipe I, com projeto da autoria do Eng.º militar Vicêncio Casale, tendo como objetivo reforçar a linha de fortalezas que defendiam a entrada no Tejo, entre a Cidadela de Cascais e o Forte de S. Julião da Barra, zona com grandes deficiências defensivas (foi por Cascais que o exército espanhol comandado pelo Duque de Alba facilmente desembarcou em 30 de Junho de 1580, tal era a fragilidade defensiva da barra do Tejo).
Nos finais do séc. XIX foi utilizado como posto da Guarda Fiscal. A partir de 1915 passou a servir da campo de férias do Instituto Feminino de Odivelas e, mais tarde, como residência de Verão de Oliveira Salazar. Foi aqui que, em Agosto de 1968, Salazar teve um acidente (caiu da cadeira) que acabou por provocar a sua morte em 1970. Depois de 1968 o Forte passou a funcionar como Colónia de Férias, atividade que manteve até 2015. Seguiu-se um período de abandono e de vandalismo. No presente encontra-se a ser recuperado por protocolo celebrado entre a C.M.Cascais e o Ministério da Defesa Nacional.
Foi com enorme satisfação que constatámos o excelente resultado do trabalho de recuperação em curso.
Seguimos depois para Oeiras, para o Palácio Marquês de Pombal ou Palácio Conde de Oeiras.
É um solar típico do séc. XVIII, com magníficos jardins, construído segundo projeto de Carlos Mardel. Serviu de residência oficial de Sebastião José de Carvalho e Melo, Secretário do Reino de D. José I e foi residência de veraneio do Rei D. José I e da família real, durante os anos de 1775 e 1776.
Está localizado no Centro Histórico da Vila de Oeiras. O edifício tem 2 pisos e diversas salas, cada uma delas com uma específica função: a Sala de Espera, o Salão Nobre, a Sala das Tribunas, a Sala da Concórdia, a Sala do Dossel, a Sala da Música, a Sala dos Reis, a Capela, a Casa de Jantar, o Terraço das Araucárias…
Nos jardins do palácio está a Cascata dos Poetas, a Casa da Pesca e os Lagares de vinho e de azeite. Na Adega, que também visitámos, está armazenado em barris o famoso vinho generoso de Carcavelos, produto da vindima deste ano.
Nos anos 30 do séc. XX o palácio foi vendido à família do magnata Artur Brandão que ali viveu cerca de 20 anos, e que para além dos melhoramentos que introduziu na propriedade, adquiriu o magnífico Fogão de Sala que se encontra na entrada do palácio.
Já na segunda metade do século a Fundação Calouste Gulbenkian adquiriu a propriedade para ali colocar o acerbo de obras de arte de que é detentora. Mas no final do ano de 1967 a área do palácio foi atingida por uma enorme cheia que destruiu vidas humanas e algumas dessas obras de arte. Depois de 1968, a Gulbenkian cedeu a propriedade ao Instituto Nacional de Administração, durante 30 anos.
Todo o conjunto que integra o palácio está classificado como Monumento Nacional.
Desde 2004, o palácio é propriedade do Município de Oeiras.
E aqui terminou a nossa visita de estudo, a primeira deste ano letivo. O dia esteve agradável, tudo correu bem, foi excelente. Obrigado Prof. Lima pela ideia e pelo planeamento deste dia.
Texto de Carlos Neves
BM/AM
Visita oportuna muito bem estruturada pelo nosso professor Manuel Lima,coadjuvado na organização pelo delegado Carlos Neves ,que também elaborou o texto resumo e na reportagem estiveram a Barbara e Alberto Maia. Só com estas equipas se conseguem estes resultados.
Para eles o nosso muito obrigado.
Bem organizado, para continuar
Um dia de aprendizagem com o nosso professor, de camaradagem com os colegas, um dia muito bem passado.
Foi um dia magnífico. Houve cultura, actividade física , muita e diversa aprendizagem, camaradagem !
Obrigada Prof. Lima, obrigada Carlos Neves , obrigada colegas B. e A. Maia.
Muito bom este trabalho.
Foi um dia magnífico . Boa aprendizagem, boa camaradagem, muito agradeço ao Prof. Lima e aos colegas que elaboraram este trabalho.
Acabo de ler e gostei e por isso agradeço ao Carlos todo o seu empenhamento em nos fazer chegar
um precioso artigo que nos informa das belas obras que nos temos e nem sempre conseguimos
visitar. Que o trabalho esta excelente.Um grande abraço de agradecimento
Marramaque