No passado dia 14 e 15 de março de 2024, realizou-se uma  ”Visita de Estudo a Arouca, e Aveiro”, organizada pela Direção da UNISSEIXAL.

Partimos às 7:00 horas de Amora rumo a Arouca, onde fomos visitar a Igreja Matriz de Arouca, que faz parte do Mosteiro de Santa Maria de Arouca, rica em talha dourada. É nesta igreja que se encontra o túmulo e o corpo conservado da Rainha Santa Mafalda, filha de D. Sancho I, beata da Igreja Católica romana.

Como já estávamos um pouco atrasados para as visitas agendadas para a parte da manhã, de comum acordo com o guia que nos acompanhava, foi decidido almoçarmos um pouco mais cedo e ficarmos com mais tempo para as visitas da parte da tarde.

Após o almoço servido no Hotel de São Pedro, fomos visitar a Ponte 516 Arouca que é a maior ponte pedonal suspensa do mundo e está localizada em Arouca, no distrito de Aveiro. Com 516 metros de comprimento e uma elevação de 175 metros, faz a ligação entre as margens do Rio Paiva. Enquanto percorremos  a ponte, temos uma vista deslumbrante sobre a Garganta do Paiva e a Cascata das Aguieiras, ambos Geocities do território da  UNESCO Arouca Geopark. A Ponte 516 Arouca está junto aos famosos Passadiços do Paiva.

Passamos de seguida pelo Museu das Trilobites Gigantes - Centro de Interpretação Geológica de Canelas

As trilobites foram sem dúvida um dos mais bem-sucedidos grupos de organismos desde o início da vida na Terra. A sua evolução foi marcada por numerosos avanços e recuos durante os cerca de 300 milhões de anos do seu registo estratigráfico na história do planeta. Apareceram abruptamente na parte inferior do Período Câmbrico (com início há cerca de 550 milhões de anos), tendo-se extinguido no final do Período Pérmico (há cerca de 230 milhões de anos), o último período da Era Paleozóica. As trilobites marcaram o início e o fim desta importante e longa era.

As trilobites são classificadas como artrópodes e o seu corpo dividia-se em três partes: um cefalão (cabeça), um tórax (tronco) e um pigídio (cauda). Cada uma destas partes era composta por três lobos, um central e dois laterais, daí o nome trilobites.

Para terminarmos as visitas deste dia, e porque chovia abundantemente, não fomos visitar as “Pedras Parideiras” na Serra da Freita, mas, tivemos oportunidade de ver um exemplar com os nódulos a desprenderem-se da rocha mãe, dando a impressão que estão a nascer novas pedras, no Museu Municipal.

As Pedras Parideiras são ocorrências geológicas apontadas pelos especialistas como únicas no mundo, talvez o geossítio mais emblemático do Arouca Geopark.

Numa área de cerca de  1 km2, e em plena serra, na localidade de Castanheira e a mais de 900m de altitude que se encontra a rocha. O granito nodular! De cor clara, apresenta um grão médio, com duas micas e uma invulgar quantidade de nódulos biotáticos (mineral de cor negra). Por ação da erosão, os nódulos libertam-se e acumulam-se no solo, deixando no granito uma cavidade. E foi por isso que os habitantes locais lhe chamaram "pedra parideira ", por ser a "pedra que pare pedra". Tudo aponta para idades entre os 320 e 310 milhões de anos. Portanto, um geossítio de características únicas no mundo.

Museu Municipal de Arouca, que procura preservar as memórias e tradições de um povo marcadamente rural, mas também tem um vasto património arqueológico e geológico. Tem um espaço dedicado à exposição permanente “Memória de uma ruralidade”, onde se podem encontrar peças utilizadas no cultivo da terra. Em simultâneo, tem um espaço de exposições temporárias.

Regressamos ao hotel para jantar e descansar.

No dia seguinte, conforme o programa seguimos para Sangalhos para visitar o Aliança Underground Museum que acolhe uma exposição, que se encontra patente na tradicional garrafeira da Aliança Vinhos de Portugal. Exibindo sete coleções distintas, este museu contempla áreas como a arqueologia, a etnografia, a mineralogia, a paleontologia a azulejaria, e a  cerâmica das Caldas da Rainha, etc.,  abrangendo milhões de anos de história da arte.

Integradas no grande universo da Coleção Berardo, estas coleções resultam do cuidado constante do colecionador  em imunizar peças e obras de arte, de múltiplas origens e movimentos artísticos, com significados históricos e sentimentais.

Após o almoço na Estalagem de Sangalhos, partimos em direção à Costa Nova que tem como ex-libris os "palheiros" - casas com listas verticais ou horizontais intercaladas e coloridas que se destacam, num correr de habitações frente à ria de Aveiro, antigos armazéns de materiais de pesca, ou armazéns de salga da sardinha, atualmente convertidos em residências balneares.

Pitoresca e convidativa, a Costa Nova, em Ílhavo, é o local escolhido, devido à proximidade das praias, para as férias de muitos.

De regresso à Cidade de Aveiro, fizemos um passeio na Ria, no barco Moliceiro. É um importante  centro urbano, portuário, ferroviário, universitário e turístico. Conhecida como a “Veneza portuguesa”, a encantadora cidade de Aveiro é atravessada por um canal e é tida como um dos destinos mais encantadores do país, graças aos seus coloridos moliceiros, e aos edifícios em tons pastel de estilo Arte Nova.

Regresso à Amora contentes e felizes e culturalmente mais ricos.

Parabéns à Direção da UNISSEIXAL e a todos aqueles que contribuíram para que esta nossa viagem tivesse sido um êxito.

BM/AM

Fotos Visita Estudo Arouca - Aveiro